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Agronegócios

Guerra Israel e Estados Unidos x Irã ameaça explodir custo dos fertilizantes no Brasil

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O agravamento da guerra Israel contra o Irã, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, traz uma preocupação a mais para o produtor rural brasileiro. O Brasil é altamente dependente de fertilizantes importados, especialmente de países localizados em regiões atualmente afetadas pelo conflito no Oriente Médio.

O Brasil gastou US$ 13,6 bilhões em fertilizantes importados em 2024 e depende de fornecedores externos para 85% dos 44,3 milhões de toneladas consumidas no ano, o que o coloca como o maior importador mundial. A previsão para a safra 2025/26 é de uma demanda ainda maior, na casa de 47,2 milhões de toneladas, impulsionada pela expansão da área plantada e pela intensificação do uso de tecnologias.

Esse cenário fica ainda mais crítico com o agravamento do conflito no Oriente Médio. A região, que responde por uma parte relevante do fornecimento global de nitrogenados, é fonte direta de cerca de 20% da ureia que o Brasil importa, especialmente do Irã, Emirados Árabes e Omã. Apenas do Irã, o Brasil comprou 1,6 milhão de toneladas de ureia em 2023, dentro de um total de 8,3 milhões de toneladas importadas desse insumo.

A consequência imediata é a escalada nos preços internacionais da ureia. Antes do agravamento da crise, o preço estava na faixa de US$ 385 por tonelada (CFR Brasil). Nos últimos dias, as cotações subiram para US$ 395 a US$ 435 por tonelada, segundo levantamento da consultoria StoneX. Além da pressão sobre os preços da ureia, os custos de frete e seguros aumentaram, reflexo do maior risco nas rotas que passam pelo estreito de Ormuz e pelo Mar Vermelho.

O mercado de fosfatados também registra alta. O preço do MAP (fosfato monoamônico) subiu nas últimas semanas, impulsionado pela combinação de demanda firme e oferta restrita. A cotação CFR já chega a US$ 630 por tonelada, consolidando mais um fator de pressão sobre os custos da próxima safra.

No segmento dos potássicos, a situação ainda é de relativa estabilidade. O cloreto de potássio (KCl) mantém preços próximos aos patamares de meses anteriores, mas analistas alertam que o agravamento do cenário geopolítico pode afetar esse mercado em médio prazo

Fertilizantes representam, em média, 30% a 50% dos custos operacionais das lavouras de grãos no Brasil, dependendo da cultura e da região. Na prática, isso significa que qualquer oscilação no mercado global impacta diretamente a rentabilidade do produtor.

A relação de troca já começa a se deteriorar. Para a ureia, por exemplo, o índice de troca se aproxima dos piores níveis registrados desde a crise logística de 2022, no auge da guerra entre Rússia e Ucrânia.

O Brasil produz internamente apenas 15% dos fertilizantes que consome, sendo quase totalmente dependente das importações de potássicos (95%), nitrogenados (95%) e fosfatados (cerca de 70%). Essa dependência estrutural torna o setor agropecuário extremamente vulnerável a crises externas, como a atual.

O Plano Nacional de Fertilizantes, lançado em 2022, prevê reduzir essa dependência para 50% até 2050, mas até lá os efeitos das crises geopolíticas continuarão impactando diretamente os custos da produção agrícola.

Diante desse cenário, especialistas recomendam cautela nas compras. A orientação é planejar a aquisição de insumos de forma escalonada, monitorar semanalmente os movimentos do mercado internacional e ajustar o manejo nutricional com base em análises de solo, buscando maior eficiência no uso dos fertilizantes.

O cenário global mantém o alerta aceso. O conflito no Oriente Médio, somado à dependência estrutural do Brasil, indica que o custo da próxima safra será um dos maiores desafios para o produtor rural em 2025.

Fonte: Pensar Agro

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Brasil projeta exportar quase 12 milhões de toneladas em julho, alta de 24%

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O mercado brasileiro de soja mantém forte ritmo nas exportações, com a previsão de embarcar 11,929 milhões de toneladas em julho. Este volume representa um aumento de 24% em relação às 9,579 milhões de toneladas exportadas em julho do ano passado, mostrando que a demanda internacional pelo produto nacional segue em alta.

Esse crescimento reforça a posição do Brasil como principal fornecedor global da oleaginosa, aproveitando uma safra robusta e condições favoráveis para o escoamento da produção. Em junho, o país já havia registrado um volume recorde de 13,931 milhões de toneladas embarcadas, mantendo o ritmo acelerado de vendas externas.

No acumulado do primeiro semestre de 2025, o Brasil deverá exportar cerca de 80,9 milhões de toneladas, superando os 75,7 milhões exportados no mesmo período do ano anterior. O aumento das exportações está ligado a fatores externos, como a alta nas taxas de exportação na Argentina, que encarece o produto concorrente, e à recuperação econômica dos principais compradores, especialmente a China, maior importador mundial da soja.

Para o produtor rural, esses números representam boas oportunidades de venda, sobretudo para quem já iniciou a comercialização da safra 2025/26. No entanto, especialistas alertam que a alta demanda exige atenção redobrada para a logística, incluindo o transporte e a infraestrutura dos portos, que precisam acompanhar o crescimento para evitar gargalos e perdas.

Além disso, o mercado externo continua sensível a variações cambiais e geopolíticas, que podem impactar o preço da soja e a rentabilidade do produtor. Por isso, planejar a comercialização com cautela é fundamental para aproveitar o momento favorável sem expor a produção a riscos desnecessários.

Em síntese, o cenário atual aponta para um Brasil com soja em destaque no comércio internacional, sustentado por volumes recordes e demanda firme, mas que precisa investir em eficiência e estratégias para consolidar e ampliar sua participação no mercado global.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócios

Evento vai destacar a força da aviação agrícola no agro brasileiro

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Com a segunda maior frota do mundo e atuação em praticamente todas as culturas comerciais, a aviação agrícola brasileira tem se consolidado como um dos pilares técnicos do agronegócio. Mais do que uma atividade complementar, ela representa um elo estratégico entre tecnologia, produtividade e sustentabilidade na produção de alimentos, fibras e energia renovável.

Atualmente, o Brasil conta com cerca de 2,5 mil aeronaves agrícolas registradas, operando em uma área que ultrapassa 100 milhões de hectares por ano. O setor movimentou mais de R$ 8 bilhões em 2024, conforme projeções de entidades ligadas à aviação rural, e tem expectativa de crescimento próximo de 25% até 2027, impulsionado pelo aumento da demanda por precisão nas lavouras e pela ampliação da fronteira agrícola.

O equipamento é empregado principalmente na aplicação de defensivos, fertilizantes e semeadura de culturas de cobertura. Sua principal vantagem é a capacidade de cobrir grandes áreas em curto espaço de tempo, o que reduz perdas por pragas, doenças ou intempéries climáticas. Essa agilidade é essencial em lavouras como soja, milho, algodão, cana-de-açúcar, arroz, trigo e também em culturas permanentes como café, citros e eucalipto.

Além da velocidade, o setor investe fortemente em tecnologia de precisão, com sistemas embarcados de controle de vazão, georreferenciamento e mapeamento por imagens. Aeronaves tripuladas e drones trabalham de forma integrada com dados gerados por satélites e sensores no solo, contribuindo para uma agricultura mais racional e ambientalmente controlada.

Outro diferencial da aviação agrícola brasileira é sua crescente participação em ações ambientais, como o combate a incêndios florestais e a pulverização de áreas de preservação com insumos biológicos. Em estados como Mato Grosso, Tocantins e Pará, aviões agrícolas são frequentemente acionados em operações de controle de queimadas ou combate a focos de incêndio em áreas de difícil acesso.

Apesar da alta tecnificação, o setor ainda enfrenta desafios. Um deles é o desconhecimento sobre sua atuação, muitas vezes confundida com práticas irregulares. Para operar, os prestadores de serviços precisam estar homologados por órgãos federais e seguir rigorosas normas de segurança operacional e ambiental. Todas as aeronaves são registradas na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e as aplicações seguem padrões definidos pelo Ministério da Agricultura, com registro de rotas, volumes e produtos.

Em termos de distribuição, o Centro-Oeste lidera o uso da aviação agrícola, com destaque para Mato Grosso, que possui a maior frota em operação no país. Isso se deve à dimensão territorial, à concentração de grandes lavouras e à busca por janelas mais curtas de aplicação. O Sul do país também é forte usuário, especialmente em culturas como arroz irrigado, soja e tabaco.

Nos últimos anos, o setor também tem apostado na capacitação de operadores e técnicos, além da ampliação do uso de aeronaves remotamente pilotadas (drones), que atendem áreas menores ou aplicações localizadas, complementando o trabalho das aeronaves maiores.

EVENTO – Em meio a esse cenário de crescimento e valorização do setor, será lançado na próxima terça-feira (15.07), em Cuiabá, o Congresso da Aviação Agrícola 2025 (Congresso AvAg), que acontecerá em agosto no Aeroporto Executivo de Santo Antônio de Leverger (MT).

O lançamento oficial marcará a contagem regressiva de 35 dias para um dos maiores eventos do setor no mundo, reunindo fabricantes, operadores, pesquisadores e lideranças do agro. A programação inclui painéis sobre inovação, sustentabilidade, segurança operacional e regulamentação, além de mostra tecnológica e o inédito Leilão da Aviação Agrícola, com renda voltada à defesa institucional do segmento.

Fonte: Pensar Agro

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