Agronegócios
Suco de laranja brasileiro escapa de tarifa dos EUA, mas pressão continua
A nova ordem executiva publicada pelo governo dos Estados Unidos na sexta-feira (14.11) retirou totalmente o suco de laranja brasileiro da cobrança recíproca de 10% aplicada em abril. A medida trouxe algum alívio para o setor, que enfrenta preços internacionais em queda e consumo enfraquecido nos principais mercados. Ainda assim, exportadores seguem em alerta: outras tarifas continuam valendo e mantêm o ambiente incerto para quem vende ao mercado norte-americano.
O documento divulgado pela Casa Branca alterou novamente o anexo que lista produtos isentos da tarifa recíproca. O suco já havia ficado fora da sobretaxa adicional de 40%, e agora passa a não pagar também os 10% cobrados inicialmente. Para a indústria brasileira de suco, é um respiro num momento em que a safra atual aumentou a oferta de fruta e ampliou a disputa por preços.
Segundo a associação que reúne os exportadores do setor, a retirada das tarifas ocorre quando o mercado global vive um período de forte desvalorização. A entidade avalia que a decisão reduz parte da pressão competitiva, embora os subprodutos da laranja — como óleos essenciais, d-limoneno e farelo — continuem fora da lista de exceções e sigam tarifados. Apenas esses itens representam, segundo estimativas de agosto, prejuízo anual próximo de R$ 1,5 bilhão.
Além disso, permanece em vigor a tarifa tradicional de US$ 415 por tonelada de suco concentrado congelado, estabelecida décadas antes das novas regras e estruturada fora das ordens executivas mais recentes.
Se o suco escapou, o café e a carne bovina brasileiros não tiveram a mesma sorte. A tarifa de 40%, em vigor desde agosto, continua aplicada ao Brasil por causa de outras ordens executivas ligadas a sanções comerciais. A redução anunciada pelos EUA apenas elimina a tarifa de 10%, mas não mexe na sobretaxa maior.
A avaliação é de especialistas em comércio exterior, que apontam sobreposições frequentes entre decretos diferentes. Um produto pode ser dispensado de uma tarifa em determinado anexo, mas continuar sujeito a cobranças previstas em outro. Isso explica por que café e carne seguem pagando 40%, mesmo após a revisão da tarifa de abril.
O setor de cafés especiais já sente o impacto direto. De agosto a outubro, as exportações brasileiras ao mercado norte-americano caíram cerca de 55%, recuando de 412 mil para 190 mil sacas. Representantes do segmento afirmam que a manutenção da tarifa elevada amplia distorções e pode agravar perdas no curto prazo.
A flexibilização anunciada não teve relação com encontros diplomáticos recentes entre Brasília e Washington. Segundo analistas, a decisão foi influenciada sobretudo pela pressão de consumidores norte-americanos, que enfrentam inflação persistente e aumento expressivo no preço de itens como o café — que subiu mais de 20% no país. Para aliviar o custo de produtos que os EUA não produzem internamente, o governo decidiu revogar parte das tarifas implementadas em abril.
Apesar disso, continua valendo a sobretaxa de 40% aplicada especificamente a Brasil e Índia, vinculada a medidas adotadas na esteira das restrições ao petróleo russo. Também seguem operando, paralelamente, tarifas estabelecidas por outras normas, como as relacionadas ao aço, alumínio, cobre e madeira. Dependendo da composição do produto final, essas taxas podem se somar às demais.
Para exportadores brasileiros, 2025 já figura entre os anos mais complicados das últimas décadas. A expectativa é de que 2026 mantenha a mesma dinâmica, ao menos até o início do segundo trimestre, quando a Justiça norte-americana deve julgar ações que contestam a legalidade das ordens executivas que criaram a tarifa recíproca.
Enquanto isso, o governo brasileiro tenta avançar nas negociações com Washington para reduzir ou eliminar as barreiras que afetam especialmente o agronegócio. As entidades setoriais cobram rapidez, alegando que a urgência do tema exige soluções imediatas para evitar novas perdas.
No caso do suco de laranja, o alívio existe, mas é parcial. As tarifas sobre subprodutos, a permanência de cobranças tradicionais e a instabilidade regulatória fazem com que o setor ainda navegue em águas turbulentas. Já café e carne permanecem no centro da disputa tarifária, à espera de uma reviravolta diplomática ou judicial que alivie o custo de acesso ao maior mercado consumidor do mundo.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócios
Tempestades no Sul e seca no Nordeste desafiam o plantio da safra
O campo brasileiro enfrenta um cenário desafiador neste período de plantio: há regiões sob risco de tempestades severas e outras ainda impactadas pela seca persistente, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e organismos estaduais. A situação, que afeta as principais cadeias produtivas, exige agilidade dos produtores para ajustar o manejo diante das previsões atualizadas de tempo — fundamentais para garantir o ritmo da safra.
Sul e Centro-Oeste sob alerta vermelho de tempestades
O INMET alerta para chuvas intensas e ventos que podem ultrapassar 100 km/h em estados como Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, além de risco de granizo e acumulados superiores a 100 mm em pontos localizados. Uma frente fria intensa avança pelo território, promovendo instabilidades severas e interrompendo operações mecanizadas. Autoridades de defesa civil recomendam atenção redobrada às atividades de campo, diante dos riscos de alagamentos, erosão e perdas causadas pelo excesso de chuva.
Sudeste com previsão de pancadas isoladas e tempestades localizadas
No Sudeste, o INMET emitiu novos avisos para tempestades entre o interior de São Paulo e o Espírito Santo. Em 53 cidades capixabas, há potencial para chuvas acima de 60 mm, inclusive com transtornos urbanos. No noroeste de Minas, a previsão é de pancadas rápidas, alternando períodos de tempo seco e chuvas pontuais ao longo da semana.
Nordeste e Matopiba: seca persiste e aumenta risco de incêndios
O Nordeste, segundo o INMET, mantém grandes áreas sob alerta devido à baixa umidade relativa do ar, com valores em torno de 20% no interior e risco elevado de incêndios rurais e doenças respiratórias. Apenas o sul e o Recôncavo Baiano devem registrar chuvas recorrentes, com acumulados em torno de 50 mm em pontos centrais.
Norte com instabilidades localizadas
A Região Norte terá instabilidades principalmente no Amazonas e sudoeste do Pará, com volumes de chuvas que localmente podem superar 150 mm. Entretanto, extensas áreas do Amapá, Tocantins e norte do Pará devem seguir com acumulados muito abaixo do normal, inferior a 10 mm, mantendo o solo seco.
Produtores ajustam o manejo diante do clima imprevisível
A irregularidade dos volumes pluviométricos, comum nesta transição de primavera, impõe desafios práticos — como reprogramação do plantio, manejo fitossanitário e proteção dos cultivos. A recomendação dos órgãos meteorológicos é investir em monitoramento permanente e estratégias de manejo direto para minimizar perdas.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócios
Frango fecha semana estável, mas setor mantém ritmo forte no ano
O mercado brasileiro de carne de frango encerrou a semana passada praticamente no mesmo patamar, com acomodação nas cotações tanto do frango vivo quanto dos cortes no atacado. Apesar do respiro nas negociações dos últimos dias, o desempenho acumulado de janeiro a outubro mostra um setor que operou em ritmo forte, sustentado por embarques recordes e por uma recuperação gradual do consumo doméstico.
Os números mais recentes ajudam a explicar o cenário. No atacado de São Paulo, os cortes congelados recuaram entre R$ 0,40 e R$ 0,80 por quilo ao longo da semana, enquanto o frango vivo manteve estabilidade na maior parte das regiões produtoras. Esse movimento de curto prazo, porém, contrasta com a trajetória dos dez primeiros meses do ano, quando o mercado trabalhou com demanda firme e exportações crescentes.
De janeiro a outubro, o Brasil manteve o padrão de principal fornecedor global de carne de frango, com volumes embarcados mês a mês acima dos de 2024. O saldo parcial de novembro reforça a tendência: nos primeiros cinco dias úteis do mês, as exportações somaram 135,1 mil toneladas, ritmo diário 17,6% superior ao observado em novembro do ano passado.
Esse avanço consolida uma dinâmica que acompanha todo o ano. Para as indústrias, o mercado externo funcionou como amortecedor das oscilações internas, garantindo escoamento da produção e sustentando preços mesmo nos períodos de maior oferta. O crescimento da demanda na Ásia e no Oriente Médio, aliados a contratos de longo prazo com importadores tradicionais, manteve o setor em rota positiva.
Embora não haja estatísticas mensais fechadas para consumo interno, o comportamento dos preços, as vendas no varejo e os relatórios de produção indicam que a procura dos brasileiros voltou a crescer ao longo de 2025. A queda do desemprego, a melhora da renda disponível e o barateamento de itens da cesta básica deram algum impulso às proteínas de menor custo — entre elas, o frango, que permanece como alternativa central ao consumidor médio.
Os frigoríficos relatam que o varejo trabalhou com volume firme entre abril e agosto, período em que o abastecimento ficou mais ajustado e os preços mostraram maior resistência. O movimento se manteve moderado no início do segundo semestre, mas tende a ganhar força agora no fim do ano, com 13º salário, aumento das confraternizações e expansão de vagas temporárias.
Outro ponto que marcou o acumulado do ano foi a redução da volatilidade do milho e do farelo de soja, principais componentes da ração. Mesmo com oscilações pontuais, o custo médio da alimentação ficou mais previsível em comparação a 2023 e 2024, dando maior segurança às integrações e às granjas independentes.
No campo, regiões como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul mantiveram estabilidade no preço do frango vivo durante boa parte do ano, oscilando apenas quando a indústria elevou o ritmo de abates em períodos de exportação mais aquecida.
Na última semana, a acomodação dos preços no atacado não surpreendeu o setor. O frango congelado e resfriado registrou recuos moderados, reflexo de um varejo que ainda opera antes do pico de consumo do fim de ano. Já o frango vivo teve variação tímida: estabilidade em grande parte do Centro-Oeste e pequenas quedas em São Paulo.
No Nordeste, onde a dinâmica de oferta é diferenciada, as cotações seguem mais elevadas — entre R$ 8,30 e R$ 8,70 por quilo — resultado do custo logístico, do abastecimento local e da dependência de cargas vindas das regiões produtoras do Sul e Sudeste.
Com os fundamentos de oferta ajustada, exportações consistentes e expectativa de maior consumo interno, o setor projeta uma recuperação suave das cotações nas próximas semanas. Não se fala em alta explosiva, mas em ajuste gradual, típico do bimestre final.
A leitura no mercado é que o desempenho forte das exportações ao longo do ano deve seguir servindo como sustentação para os preços internos — especialmente se o ritmo de embarques de novembro e dezembro confirmar o padrão observado desde janeiro.
No balanço geral, o frango encerra 2025 como uma das proteínas que mais conseguiu atravessar o ano com equilíbrio entre oferta, demanda e rentabilidade, sustentado por um mercado internacional aquecido e por um consumo doméstico que dá sinais claros de retomada.
Fonte: Pensar Agro
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