Agronegócios
Tarifaço de Trump faz setor de carnes perder R$ 3,78 bilhões em vendas
As tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre a carne bovina brasileira provocaram uma perda estimada em R$ 3,78 bilhões para o setor entre agosto e outubro de 2025, segundo dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). A forte queda nas vendas para o principal mercado consumidor dos produtos brasileiros reflete uma retração de 36,4% nos embarques de carne e subprodutos bovinos para os EUA durante o período em que vigorou a sobretaxa de 50%.
Em outubro, as exportações de carne bovina in natura para os Estados Unidos recuaram 54% na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando cerca de R$ 312 milhões. Mesmo com a adversidade, o setor demonstra resiliência, apoiado por vendas recordes para mercados alternativos.
No acumulado de janeiro a outubro, as exportações brasileiras de carnes e derivados para os EUA cresceram 40,4% na comparação com o ano anterior, alcançando R$ 9,7 bilhões, resultado que foi puxado principalmente pelo volume registrado antes da imposição das tarifas.
ENGANO – Em resposta às pressões comerciais, o presidente dos EUA, Donald Trump, editou na sexta-feira (14.11) uma ordem executiva estendendo isenções para vários produtos brasileiros, incluindo carne bovina, reduzindo a sobretaxa inicial de 50% para 40%. Contudo, especialistas alertam que a manutenção de um imposto alto ainda dificulta a competitividade do setor brasileiro no mercado norte-americano – Veja mais aqui.
O vice-presidente brasileiro e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, avalia positivamente a medida, mas reforça que o governo continuará negociando para a redução dos 40% restantes. “Há avanços sucessivos, mas o valor ainda é muito elevado e precisa ser corrigido para garantir a competitividade das exportações brasileiras”, disse.
Apesar do impacto nas vendas para os EUA, o setor de carnes brasileiro registra recordes globais em 2025, com receitas acumuladas de US$ 14,655 bilhões (aproximadamente R$ 79 bilhões) e crescimento de 36% em receita e 18% em volume exportado até outubro, impulsionados por mercados como China, União Europeia e México.
Com a flexibilização das tarifas, há expectativa de melhoria nas relações comerciais e ampliação do comércio bilateral, essencial para o equilíbrio da balança comercial do setor e para a manutenção do crescimento sustentável da cadeia produtiva de carnes no Brasil.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócios
Produtores rurais ganham novo fôlego com marco do autocontrole no agronegócio
A aprovação do autocontrole e a publicação da regulamentação do credenciamento para serviços de inspeção marcam um divisor de águas para o agronegócio brasileiro, segundo avaliação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Após quatro anos de diálogo intenso com governo, associações e setor produtivo, o presidente da FPA, Pedro Lupion, destaca que o novo modelo tira do papel antigas demandas do campo por menos burocracia, mais agilidade e segurança jurídica na produção e comercialização de alimentos de origem animal.
“A cadeia produtiva do agro evoluiu, ampliou mercados e ficou ainda mais exigente em padrões sanitários. O autocontrole permite que cada elo reforce seus procedimentos internos, enquanto o Estado mantém a caneta na fiscalização – assim, ganham confiança o produtor, a indústria e o consumidor”, defende Lupion. Para ele, o sistema fortalece a capacidade de resposta do Brasil às atuais exigências de importadores internacionais e reduz gargalos históricos nas linhas de inspeção federal.
Com a recente publicação da Portaria 861/2025, que regulamenta o credenciamento de empresas para apoio técnico à inspeção, a FPA ressalta que os ganhos serão especialmente sentidos nos frigoríficos, granjas e cooperativas de todo o país. “É um modelo que aproxima tecnologia, gestão privada e controle público, sem abrir mão do rigor estatal. Seguirão sendo os auditores fiscais federais os responsáveis por aprovar cada lote e manter o padrão das exportações brasileiras”, ressalta Lupion.
Isan Rezende
Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA) e da Federação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso (Feagro-MT), avalia como histórica a virada institucional proporcionada pelo autocontrole. “Esse modelo representa uma vitória de quem está no campo e na indústria, porque permite que o conhecimento técnico seja colocado em prática dentro das fazendas e das plantas, elevando o padrão produtivo”, afirma Rezende.
O dirigente também destaca o impacto direto sobre a rastreabilidade e a imagem internacional do agro brasileiro: “A partir de agora, teremos processos mais transparentes, com documentação e checagem eletrônica, o que facilita auditorias externas e abre mercados para produtos de maior valor agregado. Mato Grosso lidera em inovação e agora o Brasil inteiro pode avançar”.
Rezende frisa, ainda, que a portaria preserva os princípios de responsabilidade pública: “Não se trata de privatização da fiscalização, mas de modernização com fortalecimento do controle. Toda decisão crítica permanece nas mãos do auditor fiscal, e isso garante credibilidade aos olhos do consumidor nacional e estrangeiro”, finaliza.
Para a FPA e lideranças do setor, a adoção dos mecanismos de autocontrole posiciona o Brasil para competir de igual para igual com os maiores exportadores mundiais: menos burocracia, mais sanidade, rastreabilidade robusta e respeito ao protagonismo do Estado na fiscalização.
Para o setor, a portaria traz ganhos estruturais:
- Mais agilidade e menos gargalo nas linhas de abate;
- Rastreabilidade reforçada e maior transparência para o consumidor;
- Inspeção oficial fortalecida, com supervisão direta e permanente dos auditores;
- Aprimoramento do ambiente regulatório exigido pelos mercados internacionais.
Fonte: Pensar Agro
Agronegócios
Demanda alta destrava preços e dá novo fôlego ao mercado de suínos
Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que o mercado de suínos voltou a ganhar ritmo depois de quase seis semanas andando de lado. O tradicional aumento de consumo no começo do mês ajudou a impulsionar as negociações tanto para o animal vivo quanto para a carne no atacado.
No Paraná, o indicador Cepea/Esalq registrou o suíno vivo próximo de R$ 8,41 o quilo, movimento que marca uma mudança de cenário após um período de estabilidade. Em Santa Catarina, principal polo produtor do País, a referência ficou em torno de R$ 8,26. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial subiu e se aproximou de R$ 12,66 o quilo, refletindo maior procura do varejo na virada do mês.
O cenário interno ganhou força também porque a oferta não está tão folgada. Durante outubro, muitos produtores ajustaram o ritmo de abates, já que as margens estavam apertadas e a saída da carne não era das melhores. Com a retomada do consumo agora em novembro, essa oferta mais enxuta ajudou a sustentar os preços.
No comércio exterior, o desempenho continua sendo um dos pontos mais fortes do ano. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, em outubro, o Brasil embarcou 142,7 mil toneladas de carne suína — a segunda maior quantidade da série histórica, ficando atrás apenas do recorde registrado em setembro. As vendas para México e Japão continuaram firmes e foram essenciais para manter o ritmo.
De janeiro a outubro, o País já exportou mais de 1,25 milhão de toneladas, um crescimento de cerca de 13% frente ao mesmo período do ano passado e o melhor resultado já registrado para os dez primeiros meses de um ano. Esse fluxo constante tem ajudado a aliviar a pressão sobre o mercado interno, garantindo escoamento mesmo quando o consumo doméstico perde força.
Para o produtor, o avanço recente não resolve todos os desafios, mas melhora o humor do setor. O conjunto formado por demanda mais forte, oferta ajustada e exportações em patamar histórico cria um ambiente um pouco mais favorável. Agora, o mercado volta suas atenções para o comportamento do consumo nas próximas semanas e para a tradicional disputa de preços que marca o fim de ano.
Fonte: Pensar Agro
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