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Mato Grosso do Sul

Festival América do Sul: um espelho da alma corumbaense

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Corumbá, cidade centenária e fronteiriça de Mato Grosso do Sul, se transformou em palco de uma celebração que transcende fronteiras. Há 18 edições, o Festival América do Sul (FAS) reverbera pelas ruas históricas, praças e centros culturais da cidade, aproximando povos, línguas e expressões artísticas de todo o continente.

Para os corumbaenses, o evento se tornou muito mais que um festival: é símbolo de pertencimento, orgulho e transformação.

Profissional do turismo e profundo conhecedor da cidade, Luiz Ricardo Julião Rocha resume o sentimento coletivo. “É um momento bacana pra nós porque a gente aprende muita coisa com o festival. Como tem todos os países da América do Sul aqui presentes, a gente acaba se reconhecendo. A arte está na rua, está nos estandes, na dança, na música, e a gente consegue saborear essa cultura com o festival de forma mais direta. Ele renova o olhar das pessoas, provoca esse olhar de respeito e carinho pela nossa cultura e pela cultura da América do Sul”, salienta.

O FAS, que ao longo dos anos se consolidou como um dos maiores eventos multiculturais do país, movimenta não apenas a economia e o turismo da região, mas também desperta um senso de identidade e autoestima cultural entre os moradores. Aline Espírito Santo, bailarina do Instituto Moinho Cultural, cresceu junto com o festival. Para ela, o evento é motor de sonhos e oportunidades.

“Eu vivo o América do Sul desde muito nova e esse meio é muito rico em dança, música, teatro. Eu consegui acessar muitos artistas super consolidados, super experientes, desde cedo. Ver o Festival América do Sul tão potente em 2025, lançando tanta coisa, como a Orquestra América do Sul com um músico de cada país, já nos faz sonhar. Eu já estou sonhando com uma companhia de dança sul-americana também, para que a gente se encontre e dance com a Orquestra em cada festival. Eu não vejo mais a cidade de Corumbá sem o Festival América do Sul”.

Nas escolas, o impacto também é notável. Para a professora Yasmim Natany, o acesso gratuito ao evento é uma poderosa ferramenta pedagógica. Ela destaca como o festival amplia horizontes e conecta as crianças à própria identidade.

“Eu vejo o Festival como uma porta ampla de cultura. Tem crianças que não têm acesso a tudo isso e o festival América do Sul, por ser gratuito, amplia o conhecimento delas. Estamos trabalhando com histórias que as crianças daqui da localidade ainda não conheciam e elas estão encantadas com tudo o que está acontecendo aqui.”

Além da arte e da educação, o festival promove encontros afetivos e familiares. Soely Gonzales, dona de casa com raízes no Paraguai, emociona-se ao falar sobre a integração vivida durante os dias do evento. “Nós temos acesso à Bolívia e ao Paraguai, mas muitas vezes não conhecemos outras culturas como a do Chile ou da Colômbia. Aqui a gente está conhecendo todos os talentos. Estou aproveitando tudo desde o primeiro dia, porque conhecimento é a melhor coisa que existe”.

Integração e cultura de paz

Márcia Rolon, diretora-executiva e fundadora do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, relembra a trajetória entrelaçada entre a instituição e o festival.

“O Moinho Cultural Sul-Americano nasceu com o Festival América do Sul e temos caminhado juntos. Estamos na periferia do Brasil e no coração da América latina e acaba sendo mais difícil chegar até aqui. Então o Festival é um momento de integração total entre as culturas e também um momento para nos alimentarmos delas. É um exemplo de intercâmbio, de união e cultura de paz para todas as fronteiras. Este não é um festival só para Corumbá, mas sim para toda a América do Sul. Tem uma frase indígena que utilizamos muito aqui no Moinho que diz: o passado está na frente, o futuro está na gente. Então a gente faz o futuro aqui e agora”.

Corumbá, com sua arquitetura colonial, seu povo caloroso e sua vocação cultural, encontrou no Festival América do Sul um espelho onde se reconhece como parte de um continente. Cada edição renova essas conexões, entre a tradição e a inovação, entre o passado e o futuro.

Em tempos em que as fronteiras parecem querer se erguer novamente, o Festival América do Sul as dissolve em arte, música e afeto. Para os corumbaenses, ele é mais do que um evento: é um elo vivo entre culturas e gerações.

Débora Bordin, Ascom FAS 2025
Foto destaque: Ricardo Gomes/Ascom FAS 2025

Fonte: Governo MS

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Mato Grosso do Sul

FAS 2025: público se entrega e dança até o último acorde no show de Fiesta Cuetillo, da Bolívia

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Com 14 anos de estrada, banda fez sua primeira apresentação no Brasil com a força de quem sabe entreter

A noite de sábado no Palco do Porto terminou em alta voltagem com a apresentação da banda boliviana Fiesta Cuetillo, que encerrou a programação musical do dia com um show eletrizante, cheio de ritmo, presença de palco e conexão com o público. Vindos de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, os músicos trouxeram uma fusão vibrante de funk, soul, hip hop e rock alternativo, e fizeram todo mundo dançar, pular e se surpreender com a potência do espetáculo.

Com 14 anos de estrada, quatro álbuns de estúdio e um histórico de cinco apresentações no Cosquín Rock, maior festival da Argentina, o Fiesta Cuetillo chegou ao Festival América do Sul Pantanal com a energia de uma estreia e a confiança de quem sabe o que está fazendo. ”Viemos com muita energia e temos certeza de que esta não será a última vez. Esta é a primeira de muitas”, declarou o vocalista Salvador Sambiasi, antes de subir ao palco.

Com bases fortes, batidas precisas, baixo agressivo, riffs de guitarra cheios de personalidade e vocais que alternam força e melodia, a banda conquistou rapidamente o público, mesmo entre aqueles que não conheciam o grupo. A sonoridade é dançante, cheia de groove, mas com peso e atitude. É música que pulsa no corpo e nas caixas de som, com composições autorais e solos com “feeling viralmente contagiante”, como definem eles próprios.

Foi o caso do casal Clemilson Lima, técnico de informática, e Marina Lima, autônoma. Eles chegaram ao festival com a intenção de assistir ao show de Alcione, mas resolveram ficar até o fim da noite e não se arrependeram. “O show está muito divertido. Valeu a pena ficar por aqui”, disse Clemilson.

No palco, os músicos interagiam o tempo todo, convidando o público a participar. A cantora Valentina Jordan, voz feminina da banda, também falou sobre a experiência de se apresentar em Corumbá: “Eu já conhecia essa cidade sem o festival. Agora, com o festival, amei. Está linda, está tudo muito organizado e o pessoal foi muito amável com a gente desde o começo. Acompanhei outras atrações, os desfiles de moda, os grafites, os meninos do skate… Tem tanta mostra de talento, juventude. A organização foi muito boa. Amei o festival.”

O show do Fiesta Cuetillo foi um encontro entre culturas vizinhas, uma celebração do poder da música como linguagem universal. Para os integrantes da banda, o momento marcou um novo capítulo. “É a nossa primeira vez no Brasil. Nunca havíamos tocado aqui, só na Argentina. Estar aqui é um sonho, e estamos firmes de que essa é a primeira de muitas”, completou Salvador Sambiasi, visivelmente emocionado após o show.

O encerramento da noite de sábado foi dançante, energético e inesquecível. E, como muitos que estavam ali, o Fiesta Cuetillo também saiu de Corumbá com vontade de voltar.

O Festival América do Sul acontece até o dia 18 de maio, com uma vasta programação cultural. Confira as atrações aqui: https://mscultural.ms.gov.br/festival/festival-america-do-sul/

Daniel Rockenbach, Ascom FAS 2025
Foto: Leandro Benites: Ascom FAS 2025

Fonte: Governo MS

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Mato Grosso do Sul

Pavilhão dos Países reforça integração latino-americana no Festival de Inverno de Bonito

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Artesãos internacionais e povos originários compartilham saberes, tradições e produtos culturais

Instalado em frente ao Centro de Convenções de Corumbá, o Pavilhão dos Países é um dos espaços mais visitados do Festival América do Sul Pantanal. O local concentra o trabalho de artesãos de diversas regiões do continente, que apresentam peças únicas carregadas de identidade cultural, técnicas tradicionais e matérias-primas características de seus territórios.

Representando o Mato Grosso do Sul, a artesã Josefa Marques Mazarão, de Carapó, participa com a associação de artesãos de seu município. No estande sul-mato-grossense, ela apresenta trabalhos em lã de carneiro, algodão, fibras de taboa e argila. “Trouxemos um pouco de cada coisa: chapéus de taboa, bichinhos do Pantanal em argila e os tecidos com tingimento natural. Represento a associação e participo de várias feiras dentro e fora do Estado. É sempre uma forma de levar o nome de Caarapó e de mostrar o que produzimos no MS”, conta Josefa, que chegou a Corumbá após passar por uma feira em Curitiba.

De La Paz, na Bolívia, a artesã Daniela Villarroel expõe joias e bolsas feitas com couro de lhama, couro bovino e tecidos típicos do altiplano andino, como o aguayo. “É a minha primeira vez no festival e está sendo muito importante. Tive contato com artesãos do Chile, da Argentina, do Equador e do Brasil. É uma troca que enriquece muito nosso trabalho”, afirma. Outra expositora boliviana, Elizabeth Parra, trouxe roupas confeccionadas com linho e tocuyo, além de acessórios com as cores da bandeira e referências à fauna do país, como a tradicional llamita.

Já a chilena Carolina Lainez participa pela segunda vez do evento, trazendo peças de cerâmica decorativa e utilitária, além de artigos em couro produzidos em conjunto com outros artesãos. “O festival permite conhecer outras realidades e criar redes. Isso fortalece o trabalho artesanal e possibilita intercâmbios que ultrapassam fronteiras.”

Do lado argentino, uma das expositoras trouxe peças de joalheria artesanal e destacou a importância do evento como espaço de convivência e aprendizado. “É um intercâmbio cultural muito rico. Já participei em 2023 e estou feliz por retornar.” Além dela, um estande da Argentina também expôs brinquedos e jogos artísticos feitos à mão que encantaram os visitantes.

O artesanato colombiano também está presente com esculturas e personagens ligados à espiritualidade e às forças da natureza andina, como duendes, fadas e magos, todos produzidos manualmente com pedrinhas naturais. “É uma maneira de homenagear e respeitar nossa relação com a natureza”, afirmou o artesão Jefferson Morales.

Outras atrações ligadas à cultura sul-americana podem ser conferidas dentro do Centro de Convenções. É o caso dos representantes dos povos originários, que compartilham saberes ancestrais, técnicas de artesanato, histórias e perspectivas de mundo que ajudam a construir a diversidade cultural do continente.

O Festival América do Sul acontece até o dia 18 de maio, com uma vasta programação cultural. Confira as atrações aqui: https://mscultural.ms.gov.br/festival/festival-america-do-sul/.

Evelise Couto , Ascom FAS 2025

Fonte: Governo MS

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