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Agronegócios

Varejistas europeus aumentam pressão sobre exportações de soja produzida no Brasil

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Varejistas europeus voltaram a colocar pressão sobre o Brasil em relação à soja produzida na Amazônia. Um grupo de 25 redes de supermercados e distribuidores, a maioria do Reino Unido, enviou, nesta sexta-feira (05.09), carta às empresas que intermediam a compra de produtos brasileiro (tradings internacionais) pedindo que mantenham a política de não comprar grãos produzidos em áreas desmatadas, mesmo que a moratória da soja venha a ser suspensa.

No documento, os compradores afirmam que, sem um acordo setorial como a moratória, cada empresa vai aplicar seus próprios critérios de aquisição, avaliando fornecedor por fornecedor. A mensagem é clara: quem não comprovar origem livre de desmatamento pode perder acesso ao mercado europeu.

O movimento acontece após o impasse no Brasil. Em agosto, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspendeu (veja aqui) a moratória ao apontar indícios de cartel entre tradings. A Justiça (leia aqui) suspendeu a decisão do Cade, mas o imbróglio jusrídico permanece, o que abriu espaço para a reação dos europeus.

Para o produtor rural, a disputa pode significar novos custos de adequação e maior exigência na rastreabilidade da soja. No cenário atual, a carta das redes europeias reforça que a demanda por garantias ambientais deve se manter, independentemente da disputa jurídica no Brasil.

Isan Rezende

Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA) e da Federação dos Engenheiros Agrônomos de Mato Grosso (Feagro-MT), disse que a carta dos varejistas é claro desrespeito à legislação brasileira, uma das mais rigorosas do mundo.

“Essa carta mostra que, para o mercado europeu, não basta cumprir a lei brasileira. Eles querem impor suas próprias regras e ameaçam fechar as portas para quem não se adequar. Isso coloca o produtor numa posição difícil, porque ele já segue uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo, mas continua sendo cobrado como se não respeitasse as normas”, comentou.

“O que está em jogo é a soberania do Brasil sobre sua política agrícola e ambiental. Não podemos aceitar que decisões do nosso mercado sejam tomadas lá fora. O produtor rural brasileiro precisa de segurança jurídica e é preciso que o governo garanta uma posição firme, porque quem paga essa conta é o agricultor, que já convive com custos altos, margens apertadas e uma cobrança que só aumenta”, defendeu Isan Reende.

ENTENDA: Trading são empresas intermediárias que compram produtos em grande escala dos produtores, organizam a logística até os portos e revendem no mercado externo, funcionando como elo entre o campo e o comércio global.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócios

Carne bovina resiste ao tarifaço apostando em novos mercados e triangulação

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O mercado brasileiro de carne bovina entrou em setembro sob o efeito pleno da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. O temor inicial era de um impacto bilionário no setor, mas cálculos mais recentes apontam que a perda de receita deve ser significativamente menor.

A estimativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que no início do ano girava em torno de R$ 5,4 bilhões, foi revista para algo entre R$ 1,6 bilhão e R$ 2,1 bilhões. A expectativa é de que esse valor seja diluído mês a mês, conforme o comércio internacional se reorganiza.

O ponto central é que o mercado global de proteína animal não funciona de forma isolada. Quando os Estados Unidos aplicam barreiras contra a carne brasileira, outros países tendem a ajustar sua oferta. É o caso da Austrália, que deve direcionar mais embarques ao mercado americano, abrindo espaço em nações asiáticas. O Brasil, impedido de vender diretamente aos EUA, encontra nesses países oportunidades para ocupar as lacunas deixadas pelos australianos.

Além disso, cresce a possibilidade de triangulação comercial. Produtos brasileiros, como carne e café, podem chegar ao mercado norte-americano via países vizinhos ou parceiros comerciais, como Argentina, Uruguai, Colômbia e México. A prática exige cautela regulatória, mas já faz parte da discussão sobre como reduzir os efeitos do tarifaço.

O setor também aposta em um movimento diplomático para ampliar mercados e agregar valor às exportações. O Japão é visto como uma das maiores oportunidades. A expectativa é de que o país abra seu mercado à carne bovina brasileira ainda em 2025, durante encontros de alto nível previstos para novembro.

Além disso, Ásia e Oriente Médio seguem no radar. Recentes avanços incluem a autorização para venda de miúdos à Indonésia e negociações em andamento com Vietnã, Filipinas e Malásia. A Turquia também figura entre os destinos de interesse, embora questões técnicas ainda travem o processo.

A revisão para baixo do impacto financeiro mostra que a cadeia da carne brasileira conseguiu reagir mais rápido do que se esperava. A combinação de demanda aquecida em países asiáticos, realinhamento de fluxos globais e abertura de novos mercados deve compensar, ao menos em parte, a perda de espaço nos Estados Unidos.

Para o setor, o desafio agora é consolidar essas alternativas. A estratégia passa por ampliar a lista de países compradores, valorizar cortes menos consumidos no Brasil, como miúdos, e usar a diplomacia comercial para transformar crises em oportunidades.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócios

Greening avança para quase metade dos pomares de laranja

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O greening, considerada a doença mais grave da citricultura, já atinge 47,6% das laranjeiras do cinturão que abrange São Paulo e o Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais, segundo levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). A região concentra cerca de três quartos da produção nacional e responde por mais de 70% do suco de laranja exportado no mundo. Com quase 100 milhões de árvores contaminadas, o efeito no campo é direto: menos fruta disponível, aumento da queda prematura e pressão sobre uma cadeia que movimenta bilhões de reais ao ano.

Embora a taxa de incidência seja recorde, o avanço perdeu ritmo. Entre 2024 e 2025, o crescimento foi de 7,4 pontos percentuais, bem abaixo dos saltos de anos anteriores, que chegaram a 55% de um ciclo para outro. A desaceleração é atribuída ao maior rigor no manejo, com erradicação precoce de plantas doentes e controle mais eficiente do inseto vetor da bactéria. Ainda assim, a severidade da doença cresceu, com mais áreas do pomar apresentando sintomas e impacto maior sobre a produtividade.

Em termos econômicos, o cenário preocupa. Cada laranjeira saudável pode render de duas a três caixas de 40,8 quilos por safra. No cinturão, onde se concentram cerca de 209 milhões de árvores, a perda potencial ultrapassa dezenas de milhões de caixas. Considerando preços médios entre R$ 60 e R$ 70 por caixa nos últimos dois anos, a redução pode significar bilhões de reais a menos em receita agrícola e industrial.

O impacto se reflete também no mercado internacional. O Brasil é responsável por sete em cada dez copos de suco de laranja consumidos no mundo, e qualquer retração na oferta afeta diretamente contratos de exportação. Para o produtor, manter plantas jovens livres da doença tornou-se prioridade: quanto mais tarde a contaminação ocorre, maior a chance de garantir frutas de qualidade e sustentar o negócio.

Fonte: Pensar Agro

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