Mato Grosso do Sul
Trabalho essencial do Centro de Atendimento em Direitos Humanos auxilia quem busca uma nova vida em MS

Em meio a desafios globais relacionados à migração, o CADH (Centro de Atendimento em Direitos Humanos), gerenciado pela Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), tem desempenhado um papel crucial no acolhimento e suporte a migrantes em Mato Grosso do Sul.
Nos primeiros meses de 2025 o Centro já registrou 426 orientações, 423 cadastros e 406 agendamentos para regularização migratória na Polícia Federal, dentre os mais de 37 serviços oferecidos.
Dentre as nacionalidades mais atendidas neste ano, destacam-se os venezuelanos, com 321 atendimentos, seguidos por bolivianos (22) e cubanos (19). Também foram registrados atendimentos a paraguaios, peruanos e paquistaneses, refletindo a diversidade migratória na região.
O CADH tem como objetivo oferecer suporte à população migrante, bem como a idosos, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, refugiados e apátridas. Os serviços incluem orientação jurídico-social, mediação com a rede socioassistencial e encaminhamentos para documentação e acesso a serviços essenciais.
Histórias de quem recomeçou
Mailene Josefina Mariluz Guerra, venezuelana de 35 anos, chegou ao Brasil há cinco anos com o marido e três filhos. Em sua trajetória, enfrentou a fome e dificuldades financeiras antes de encontrar melhores condições em Campo Grande.
“Quando você tem filhos, você não pensa mais em si mesmo. Pensa neles. A vida na Venezuela estava muito difícil. Muitas vezes ficamos sem comida, e chegamos a nos alimentar apenas de mangas. Ver meus filhos passando fome foi a coisa mais difícil que vivi. Então decidimos vir para o Brasil em busca de uma vida melhor”, conta Mailene.

A jornada até o Brasil foi repleta de desafios. “Viemos andando, foram dias e dias de caminhada. Ficamos dois meses em Pacaraima (RR), tentando resolver a documentação. Depois fomos para Manaus, mas a situação lá não estava muito melhor. Meu marido conseguiu um trabalho em Rochedo, aqui no Mato Grosso do Sul, e depois de três meses, ele nos chamou para virmos também”, relata.
Hoje, Mailene e sua família estão estabelecidos em Campo Grande. “Aqui tem muito trabalho. Quem não trabalha é porque não quer. Meus filhos estudam, meu marido trabalha no frigorífico e eu estou empregada em um supermercado. A cidade nos acolheu muito bem”, afirma.
Carine Andreia Perestabila, também venezuelana, tem 34 anos e veio para o Brasil sozinha com três filhos. “Sou paramédica, trabalhei em hospitais na Venezuela, mas aqui no Brasil ainda não consegui atuar na minha área. Faço diárias em uma pizzaria nos fins de semana. O importante é garantir o sustento dos meus filhos”, diz ela.
Sobre o atendimento no CADH, Carine destaca a importância do suporte recebido. “Cheguei com muitas dúvidas, sem saber como regularizar minha situação. Aqui fui muito bem recebida. Explicaram tudo, encaminharam minha documentação, me ajudaram a entender meus direitos. Foi um alívio ter esse apoio”, comenta.

O contexto migratório no Brasil e no mundo
O fenômeno da migração forçada tem se intensificado globalmente devido a crises econômicas, conflitos armados e mudanças climáticas. Segundo dados da ONU, em 2023, havia cerca de 281 milhões de migrantes internacionais no mundo, dos quais mais de 108 milhões eram deslocados à força.
No Brasil, de acordo com o Observatório das Migrações Internacionais, a presença de venezuelanos tem crescido, especialmente após a implantação da “Operação Acolhida”, em 2018. O país também recebe migrantes haitianos, cubanos e africanos, além de refugiados de várias nacionalidades.
Como buscar atendimento?
O CADH, que é ligado à Secretaria Executiva de Direitos Humanos, está localizado na Rua Padre João Crippa, 3115, bairro São Francisco, em Campo Grande (MS). Os atendimentos podem ser agendados pelo telefone e WhatsApp (67) 67 3325 6365 ou pelo e-mail [email protected].

Com um trabalho essencial para garantir a dignidade dos migrantes, o Centro de Atendimento em Direitos Humanos segue atuando para oferecer suporte e garantir que cada pessoa possa recomeçar sua vida com mais segurança e oportunidades no Brasil.
Leomar Alves Rosa, Comunicação Sead
Fotos: Monique Alves
Fonte: Governo MS
Mato Grosso do Sul
MS lidera redução de emissões com etanol e avança em transição energética, aponta relatório da FGV

Mato Grosso do Sul foi o estado brasileiro que mais reduziu as emissões de gases de efeito estufa na frota de veículos leves em 2024. A queda de 6,6% nos índices de emissões foi impulsionada principalmente pelo aumento no consumo de etanol, segundo relatório do Observatório de Inovação e Conhecimento em Bioeconomia (OC-Bio), da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Os dados revelam ainda que, sem o uso de etanol, as emissões de gases no Estado teriam sido 40% maiores. O desempenho expressivo reforça o papel estratégico do biocombustível não apenas para o meio ambiente, mas também para a economia sul-mato-grossense.
“O movimento de transição energética está muito vinculado ao desenvolvimento sustentável no seu plano mais amplo, com resultado econômico para a sociedade e empreendedores. Esta agenda promove justiça social com nível de emprego elevado e melhor remuneração salarial. Ao substituir fontes não renováveis por renováveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, estamos promovendo desenvolvimento, que é o melhor programa social que pode existir”, frisou o governador Eduardo Riedel em evento realizado neste ano, na Suíça.
Um dos líderes nacionais em energia limpa e renovável, Mato Grosso do Sul tem destacada produção de etanol a partir da cana-de-açúcar e do milho. Atualmente, o Estado conta com 22 usinas de bioenergia em operação e cerca de 50 fornecedores de cana, responsáveis por mais de 30 mil empregos diretos e presentes em mais de 40 municípios.
“O etanol brasileiro pode contribuir para a descarbonização do mundo e esse resultado é muito bem sinalizado no relatório da FGV. Tivemos um avanço significativo no ano passado. Não se trata apenas de preço, mas sim de descarbonização, de mostrar para as pessoas o quanto elas podem contribuir com o consumo de etanol para manter as economias, as usinas que geram emprego e renda”, destacou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Produção em alta e política pública estruturada
A cadeia produtiva do etanol em Mato Grosso do Sul conta hoje com mais de 860 mil hectares de cana-de-açúcar cultivados. Para 2025, a previsão é de crescimento na produção: 4,7 bilhões de litros de etanol, um aumento de 11% em relação ao ciclo anterior. A moagem de cana deve alcançar 50,5 milhões de toneladas, de acordo com a Biosul.
Esse crescimento é estimulado por políticas públicas como o MS Renovável (Plano Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento das Fontes Renováveis de Produção de Energia), que articula ações para ampliar o uso de energias limpas, e pela Câmara Setorial de Energia Renovável, que coordena a elaboração do Programa Estadual de Transição Energética, em consonância com a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC).
“A transição energética está entre as ações do MS Carbono Neutro. Estamos muito bem posicionados graças à geração de energia a partir de biomassa, solar e hidráulica. A ideia é manter essa trajetória de expansão da energia renovável e avançar também em outras frentes, como a produção de SAF (combustível sustentável para aviação) e o uso ampliado do biometano, para o qual já temos uma legislação específica”, completou Verruck.
Engajamento da sociedade
Em 2024, o Governo do Estado também apoiou a campanha ‘Movido pelo Agro’, realizada pela Famasul e Biosul, com o objetivo de estimular o uso de etanol entre os motoristas. A ação destacou os benefícios ambientais e econômicos do biocombustível, valorizando a produção local e incentivando a população a adotar uma matriz energética mais limpa.
Marcelo Armôa, Comunicação Semadesc
Foto de capa: Saul Schramm/Secom/Arquivo
Interna: Mairinco de Pauda/Semadesc
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Fonte: Governo MS
Mato Grosso do Sul
Muito além da segurança alimentar, programas estruturantes promovem qualidade de vida e mobilidade social

Lidiane Rodrigues das Neves e a mãe Aparecida Rodrigues Correa
Dignidade. Palavra que resume bem o significado do programa Cuidar de Quem Cuida na vida da corumbaense Lidiane Rodrigues das Neves, de 47 anos. É que antes de receber o benefício, tendo que tomar conta em tempo integral da mãe acamada e sem ter como trabalhar, faltava dinheiro para comprar o básico, dormia no chão e a dificuldade estava presente até na hora de preparar os alimentos.
“Eu não tinha cama. Tinha um colchão e um fogão em que só funcionava uma boca”, conta Lidiane. A mãe dela, Aparecida Rodrigues Correa, tem 82 anos e depende de cuidados constantes.
Para garantir a melhoria da qualidade de vida das famílias vulnerabilizadas pela pobreza e pela exclusão social, reduzir as desigualdades sociais e estimular o acompanhamento saudável e o cuidado com a saúde mental, foi criado o programa que paga R$ 900 por mês para cuidadores não remunerados de pessoas com deficiência.
Lidiane é uma das beneficiárias. Com o dinheiro, comprou, por meio de pagamentos parcelados, a cama e o fogão e já não passa os apuros de antigamente.
“O Cuidar é uma benção! Uma coisa de Deus! Porque eu não trabalho, meu tempo é disponibilizado para a minha mãe. Sofremos muito! Chegamos até a passar necessidade. E bem na época que ela tomava os remédios de uso contínuo, muito caro, fralda é caro, e eu sempre corria atrás de conseguir alguma coisa e, no dia que eu descansei, bateram na minha porta. E trouxeram essa benção”, contou a cuidadora.
O benefício do Governo do Estado, por meio da Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), tem como público principal os cuidadores de pessoas com dependência grau 2 e 3.
Estão no nível 2 pessoas que dependem de ajuda em até três atividades de autocuidado para a vida diária, tais como alimentação, mobilidade e higiene, sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada. Já o nível 3 abrange pessoas com deficiência que necessitam de assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo.
Sonho
Só que os programas sociais em Mato Grosso do Sul vão muito além de um auxílio emergencial. Eles foram criados para, além de promover a dignidade da pessoa humana e garantir a segurança alimentar, permitir a mobilidade social.
“Dê ao homem um peixe, e você o alimentará por um dia. Ensine um homem a pescar, e você o alimentará por toda a vida”. Todo mundo já ouviu a frase da escritora britânica Anne Isabella Thackeray Ritchie, geralmente atribuída a fontes antigas, como Lao-Tsé ou provérbios chineses.
Na prática, ela tem muito a ver com a nova política da assistência social de Mato Grosso do Sul, que reconhece o poder transformador da educação e o trabalho como instrumento efetivo de combate à pobreza.
No caso de Thacila Rodrigues Ramos, o programa MS Supera deu aquele empurrão para ela poder concluir a faculdade em Campo Grande.
“Fiz 5 anos de Arquitetura. No último ano, consegui o benefício do MS Supera, que me ajudou muito, porque eu finalizei a minha faculdade pagando R$ 1.800. Eu tinha um pequeno desconto da faculdade de pagar certinho, pagar até o dia 10, né? Só que a gente sabe que é um desconto muito pequeno perto do valor da faculdade, então receber o benefício me ajudou muito porque a gente só pode trabalhar meio período, porque o outro período tem que fazer estágio, e aí a faculdade é à noite. A gente fica meio preso na rotina. Mas, graças a Deus, consegui. Veio certinho, veio na hora certinha”, contou a arquiteta.
Ela começou como estagiária e, no ano passado, foi efetivada em um escritório de Arquitetura. “Como está minha vida agora? Minha vida está tranquila, graças a Deus. Poder estar trabalhando na minha área já é uma coisa que me deixa muito mais tranquila, porque a Arquitetura é uma área muito fechada. Então, se você não consegue ingressar já de início, você não consegue estágio, você não consegue entrar no mercado de trabalho. Depois fica muito mais complicado. E tem gente até aqui que desiste”, conta Thacila.
O programa MS Supera paga um salário mínimo a estudantes de baixa renda, de cursos de educação profissional técnica de nível médio ou universitários de instituições públicas ou privadas, para estimular a permanência dos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica nos cursos universitários e de educação profissional técnica e reduzir a evasão escolar.
Comida na mesa e criança na creche
Kimberly de Souza dos Santos, de 24 anos, é mãe solteira e conta com o programa Mais Social para colocar comida na mesa para a filha Eliza, de 2 anos, e Juliana, de 5.
“O programa é extremamente importante, principalmente para mim que sou mãe solteira de duas crianças. Quando cai o dinheiro para passar no mercado, já vou direto. Compro fralda, leite, as coisinhas para ela comer. Quem ganha um salário mínimo hoje não compra praticamente nada. Você paga as contas”, avalia a moradora do Jardim Noroeste.
O Mais Social é um programa estruturante que garante o acesso à alimentação básica adequada, por meio de um auxílio mensal de R$ 450, mas também proporciona oportunidades de trabalho e geração de renda. Por meio do MS Qualifica, que é uma parceria da Sead com a Funtrab, ela poderá realizar o desejo de fazer um curso de Estética e melhorar de vida.
Além disso, Kimberly vai poder deixar a filha Eliza em uma creche particular, para atender as clientes, graças ao Programa de Apoio à Mãe Trabalhadora e Chefe de Família, que está em fase de implementação.
“É extremamente importante porque hoje em dia não é barato você pagar alguém, fora a confiança. Hoje em dia é muito perigoso você deixar a criança, principalmente quando é pequenininha assim, deixar nas mãos de alguém que você não conhece. E a vaga na creche é essencial, você ter a segurança: ‘eu fui para o trabalho, deixei a neném na creche. Na hora que eu voltar está lá, está segura, está todo mundo guardando ela, educação também, é extremamente importante isso”, contou.
O Programa de Apoio à Mãe, Mulher Trabalhadora e Chefe de Família concede apoio financeiro às mães ‘solo’ beneficiárias no Programa Mais Social, que não possuam condições de fornecer um local seguro e de cuidado, nos horários em que precisam trabalhar, mediante a comprovação de vínculo empregatício ou de recolhimento previdenciário.
O valor é de R$ 600/mês para cada crianças com idade de 0 a 3 anos, 11 meses e 29 dias. O benefício não pode ser cumulado com qualquer outro benefício social de transferência de renda, exceto com o BPC (Benefício de Proteção Continuada) e o Mais Social.
Além disso, a mãe poderá receber um adicional de R$ 300 se estiver estudando, seja no ensino regular ou EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Paulo Fernandes e Leomar Alves, Comunicação Sead
Fotos: Monique Alves/Sead
ATENÇÃO IMPRENSA: o pool está disponível em https://drive.google.com/drive/folders/1sXXukhLM6w6opuvRwCeEJUXHjp72VMT4?usp=sharing
Fonte: Governo MS
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