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Ministros “batem cabeça” sobre plano para conter preços dos alimentos

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O governo federal enfrenta um impasse interno na busca por soluções para reduzir o preço dos alimentos e, pressionados pelo presidente que cobrou soluções, os ministros estão batendo cabeça. Durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, do CanalGov, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo planeja um “conjunto de intervenções” para conter a inflação. No entanto, a declaração causou desconforto tanto internamente, quanto no agronegócio e foi rapidamente corrigida pela Casa Civil, que em nota substituiu o termo “intervenções” por “ações”.

Enquanto Rui Costa defende reuniões entre os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda para estudar medidas, o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) negou qualquer possibilidade de interferência artificial, como taxação de exportações ou tabelamento de preços. “Está fora de cogitação qualquer intervenção nessa área. O governo não tem a menor intenção de fazer isso. O presidente Lula deixou claro que não quer interferir na economia dessa forma”, declarou.

Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tirou o corpo fora e adotou um tom mais cauteloso, afirmando que a questão dos preços vai além da produção agrícola e envolve fatores como o câmbio, o clima e o mercado global. Ele tentou afastar qualquer responsabilidade direta de sua pasta, destacando que, embora a safra de grãos deste ano deva ser recorde, o impacto nos preços é influenciado por variáveis econômicas que estão fora do controle do Ministério.

Os desencontros entre os ministros ocorrem em meio à pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em reunião ministerial na última segunda-feira (20.01), cobrou respostas rápidas e eficazes para conter a inflação dos alimentos. Insatisfeito com o ritmo das ações, Lula exigiu que os ministérios envolvidos apresentassem propostas imediatas, mas recebeu explicações que não o agradaram.

Segundo relatos, Paulo Teixeira sugeriu que uma solução mais estruturada seria apresentada até o final do ano, mas o presidente rejeitou a ideia, afirmando que o governo precisa de medidas urgentes. A resposta de Fávaro, por sua vez, enfatizou que a questão é econômica, envolvendo mercado e inflação, e não apenas produção.

As falas desencontradas do governo geraram apreensão no agronegócio, que teme medidas drásticas como taxação de exportações ou tabelamento de preços. Rui Costa tentou amenizar o impacto ao afirmar que o governo prioriza o diálogo com o setor produtivo e que nenhuma ação será tomada sem ampla discussão.

Isan Rezende, presidente do IA –   Imagem: Assessoria

CONFUSÃO – Ainda assim, a confusão no discurso oficial despertou críticas de especialistas e representantes do setor. O presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende lembrou que o termo ‘intervenção’ causa preocupação porque pode sinalizar uma interferência indevida no mercado. “Isso compromete a confiança do setor e cria incertezas desnecessárias”, avaliou.

“A falta de alinhamento entre os ministros demonstra, mais uma vez, a dificuldade do governo em lidar com questões estratégicas como o abastecimento de alimentos. A confusão nas declarações gera insegurança não apenas para o setor produtivo, mas também para o mercado como um todo. É preciso responsabilidade e clareza ao tratar de temas tão sensíveis, que impactam diretamente a economia e a vida dos brasileiros”, recomendou o presidente do IA.

Segundo Isan, qualquer tipo de intervenção artificial no mercado, seja taxação de exportações ou controle de preços, seria desastrosa para o agronegócio e para a economia do país. “Essas ideias, além de impraticáveis, vão contra os princípios do livre mercado, que é a base do crescimento do setor agrícola no Brasil. O papel do governo deveria ser o de incentivar a produção, não o de impor medidas que comprometem nossa competitividade e confiança internacional”, comentou.

Rezende ainda lembrou que o agronegócio brasileiro é um dos pilares da economia nacional e não pode ser tratado com soluções improvisadas ou contraditórias. “Precisamos de políticas que garantam previsibilidade, investimentos e liberdade de mercado para continuar a produzir em alta escala e atender à demanda interna e externa. Confusões como essas só criam incertezas e prejudicam o planejamento dos produtores, que já enfrentam desafios climáticos e econômicos”, completou.

MEDIDAS – Entre as medidas em discussão, estão incentivos para ampliar a oferta interna de alimentos como carne, frutas, legumes e verduras, e ações para reduzir custos operacionais nos supermercados. Paulo Teixeira destacou que aumentar o crédito e a assistência técnica para pequenos produtores pode ter impacto significativo.

Entretanto, com a inflação pressionando itens como carne, açúcar e café, as expectativas de curto prazo seguem desafiadoras. A promessa de uma safra recorde em 2025 é uma boa notícia, mas o impacto no preço dos alimentos ainda dependerá de variáveis externas, como o dólar e a demanda internacional.

Enquanto o governo tenta alinhar o discurso, o agronegócio e a população aguardam sinais mais claros sobre os próximos passos. O desencontro entre os ministérios reflete a complexidade do tema e a dificuldade de encontrar soluções que equilibrem o controle da inflação e a força do mercado agrícola brasileiro.

Fonte: Pensar Agro

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Carne de frango bate recorde em janeiro: 443 mil toneladas

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As exportações brasileiras de carne de frango, incluindo tanto os produtos in natura quanto processados, alcançaram 443 mil toneladas em janeiro de 2025. Esse volume representou um aumento de 9,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o total foi de 404,9 mil toneladas. Com isso, o país estabeleceu um novo recorde histórico para o mês de janeiro, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Em termos financeiros, as exportações geraram uma receita de R$ 4.776,6 milhões, um crescimento significativo de 20,9% quando comparado aos R$ 3.951,2 milhões registrados no mesmo período de 2024.

A China continuou a ser o principal destino da carne de frango brasileira, importando 44,3 mil toneladas, o que representou um aumento de 15% em relação ao ano passado. Outros mercados importantes também mostraram crescimento, como as Filipinas, com aumento de 39%, e a União Europeia, que registrou alta de 41%.

No cenário interno, o Paraná seguiu como o maior estado exportador, com 180,7 mil toneladas enviadas ao exterior, o que representou uma alta de 8,9% em relação a janeiro de 2024. Outros estados também destacaram-se, como Goiás, que obteve um expressivo crescimento de 21,1%.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou a continuidade da tendência positiva de exportações e mencionou expectativas favoráveis para o mês de fevereiro, com mercados como o México mostrando boas perspectivas devido à renovação de seu programa de segurança alimentar.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócios

Trump cumpre a promessa, taxa aço e alumínio, e acende o alerta no agronegócio

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O anúncio da aplicação de uma sobretaxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos gerou preocupações entre os exportadores, porque seus reflexos podem ir além do setor industrial, afetando também o agronegócio.

A decisão dos Estados Unidos de sobretaxar o aço e o alumínio pode parecer, à primeira vista, uma questão isolada da indústria siderúrgica. No entanto, seus efeitos podem se espalhar por diferentes setores da economia, incluindo o agronegócio, que depende de insumos e equipamentos derivados dessas matérias-primas.

Em 2024, as exportações do agronegócio dos Estados Unidos alcançaram US$ 164,4 bilhões. Os principais produtos exportados pelo agronegócio dos Estados Unidos em 2024 foram: Soja: US$ 53,9 bilhões, representando 32,8% do total exportado; Carnes: US$ 26,2 bilhões, 15,9% do total; Sucro-alcooleiro: US$ 19,7 bilhões, 12% do total exportado; Produtos florestais: US$ 17,3 bilhões, 10,5% do total; Café: US$ 12,3 bilhões, 7,5% do total exportado e Cereais, farinhas e preparações: US$ 10 bilhões, representando 6,1% do total exportado., segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A medida protecionista adotada pelo governo dos EUA levanta questionamentos sobre suas implicações para a competitividade do país e a relação comercial entre os dois mercados.

Embora a taxação a princípio se aplique diretamente ao aço e ao alumínio, os efeitos dessa política podem se espalhar para outras áreas da economia. Isso porque a cadeia produtiva agrícola brasileira depende significativamente de insumos e equipamentos que utilizam essas matérias-primas, como máquinas, silos, armazéns, estruturas metálicas para estufas e implementos agrícolas. Com o encarecimento do aço e do alumínio no mercado internacional, esses produtos podem sofrer aumento nos custos de produção, impactando diretamente o produtor rural.

Além disso, a possibilidade de retaliação comercial por parte do Brasil pode levar a uma escalada de restrições tarifárias em outros setores. O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar o princípio da reciprocidade, taxando produtos importados dos EUA, o que poderia afetar insumos agrícolas como fertilizantes, defensivos químicos e até produtos tecnológicos utilizados no campo.

Possíveis cenários para o agronegócio

  1. Aumento nos custos de produção: O encarecimento do aço e do alumínio pode refletir no preço de máquinas e equipamentos agrícolas, impactando diretamente o custo operacional do produtor rural brasileiro.
  2. Risco de retaliação e impactos no comércio bilateral: O Brasil exporta grandes volumes de carne bovina, soja, café e outras commodities para os Estados Unidos. Caso o governo brasileiro opte por uma resposta tarifária a setores estratégicos norte-americanos, há o risco de que o agronegócio acabe sendo envolvido em uma disputa comercial mais ampla.
  3. Busca por alternativas e diversificação de mercados: Diante da medida, o Brasil pode fortalecer relações comerciais com outros mercados consumidores de aço e alumínio, além de intensificar negociações no agronegócio com parceiros estratégicos como China, União Europeia e Oriente Médio.

PREOCUPAÇÃO – Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA), comentou que os produtores rurais estão preocupados com a taxação do aço e do alumínio, porque, apesar de não atingir o setor diretamente, pode afetar a balança comercial entre os dois países.

“É preocupante que a taxação sobre o aço e o alumínio pelos Estados Unidos possa ser apenas o início de uma escalada de medidas protecionistas que afetem diretamente o Brasil e seu setor produtivo. O agronegócio brasileiro, que já depende de uma série de insumos e equipamentos importados, pode enfrentar custos elevados devido ao aumento no preço dessas matérias-primas. Máquinas, silos e implementos agrícolas são exemplos claros de produtos que podem se tornar mais caros, impactando a competitividade do setor.”

“Além disso, o Brasil é um dos maiores fornecedores de commodities para os Estados Unidos, as exportações do agro corresponderam a 48,8% do comercializado pelo Brasil para os EUA. Se o governo brasileiro optar por retaliar essa medida com tarifas sobre produtos norte-americanos, corremos o risco de ver uma disputa comercial se intensificar. Produtos agrícolas como soja, carne bovina e café, que são exportados em grandes volumes para os EUA, podem ser prejudicados, afetando toda a cadeia do agronegócio”, disse Rezende.

“Estamos diante de um cenário complexo, onde o agronegócio, que já enfrenta desafios internos e externos, pode ser ainda mais afetado por decisões políticas de outros países. A diversificação de mercados e a busca por novas parcerias comerciais são essenciais para garantir a competitividade do setor. O Instituto do Agronegócio está atento e continuará acompanhando essas questões de perto, sempre buscando defender os interesses do produtor rural brasileiro”, frisou Isan.

Também preocupado com a situação o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, adotou um discurso pragmático, buscando uma resposta equilibrada que evite uma crise comercial, mas sem deixar de lado a possibilidade de retaliação. Uma lista de setores sujeitos a represálias começou a ser elaborada, incluindo o setor de produtos digitais, as chamadas “big techs”, formado por grandes empresas que exercem domínio no mercado de tecnologia e inovação, como a Apple, o Google, a Amazon, a Microsoft e a Meta.

O produtor rural brasileiro precisa estar atento às movimentações do mercado e às estratégias do governo para minimizar possíveis impactos negativos. A diversificação de mercados e a busca por novas oportunidades comerciais são caminhos que podem ajudar a mitigar riscos e garantir a competitividade do setor no cenário global.

Fonte: Pensar Agro

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