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Mato Grosso do Sul

Empretec Indígena chega a aldeia de Bela Vista para despertar projetos do povo kaiowá

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A placa “Aldeia Pirakuá a 16km” mostra a distância entre a rodovia que liga Antônio João a Bela Vista até a comunidade indígena. A quilometragem é percorrida por estrada de terra e algumas porteiras que terminam na sala de aula onde os sonhos estão se tornando projetos reais.

Entre os dias 18 e 23 de novembro, 25 indígenas – entre homens e mulheres do povo guarani e kaiowá, das mais diversas idades -, se tornaram alunos e protagonistas da própria história durante o Empretec Indígena. Realizado pelo Sebrae em parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cidadania, esta é a segunda edição do programa voltado especificamente aos povos originários.

Em Bela Vista, seminário formou 25 indígenas entre homens e mulheres. (Fotos: Paula Maciulevicius/Cidadania)
Planos de negócios estampavam a sala de aula mostrando que durante seis dias, indígenas “respiraram” o empreendedorismo.

Nas paredes da sala de aula, planos de negócios são descritos passo a passo para cada uma das seis empresas que estão nascendo ali. Tem desde marmitaria, mercearia, peixaria e frutaria à venda de mel. Ideias que vão ganhando corpo e, seus fazedores, autoestima para se enxergar como empreendedores.

“Aqui eles têm uma terra muito produtiva e uma vontade muito grande para que isso aconteça. Com o seminário Empretec, já conseguimos fazer com que muitos deles mudassem suas atitudes”, diz o facilitador Francisco Júnior.

A metodologia desenvolvida pela ONU (Organização das Nações Unidas), e que no Brasil vem sendo aplicada pelo Sebrae há mais de 30 anos, tem sido adaptada para atender às demandas de cada comunidade indígena.

Facilitador do Empretec há 31 anos, o consultor do Sebrae/MS Francisco Júnior foi quem aplicou a formação para empreendedores indígenas Ofaié, em Brasilândia, no mês de abril de 2024.

“É uma cultura aqui, uma cultura lá, e formas de agir totalmente diferentes. Aqui nós encontramos um povo que precisa de muita coisa, precisa de muito auxílio, não auxílio de governo, mas condições para que eles mesmos possam, de alguma forma, utilizar toda essa fortuna que eles têm aqui”, aponta Francisco ao falar sobre a natureza ao redor da comunidade.

Lembrando que em Mato Grosso do Sul, onde nasceu o Empretec Indígena, são oito etnias presentes, com língua, cultura e organizações distintas entre si. Sendo elas: Atikum, Guarani-Kaiowá, Guarani-Nhandeva, Guató, Kadiwéu, Kinikinau, Ofaié e Terena.

Empretec Indígena

Diferentemente de Brasilândia, o Empretec aplicado na aldeia Pirakuá, em Bela Vista, não reuniu apenas mulheres. O público foi o mais distinto de todos, incluindo 13 homens e 12 mulheres, entre 19 até 66 anos.

Agente de saúde, Valmir aprender a fazer o próprio cocar e agora já vende peças.

Agente de saúde, Valmir Franco, de 33 anos, exibe o cocar feito com as próprias mãos. O artesanato chegou à vida dele pelo desejo de ter o acessório que carrega toda cultura e ancestralidade nas penas.

“Paguei uma mulher aqui da aldeia para me ensinar, e hoje estou fazendo. Tem um ano, comecei porque queria e eles são muito caros, né? Como eu não tinha dinheiro para comprar naquele valor, comecei a fazer pra mim e as pessoas começaram a pedir. Esse aqui eu vendi hoje”, explica.

Uma das metas pessoais dele com o Empretec Indígena era justamente se tornar profissional, de fato. “Eu falava pras pessoas: vendo barato porque não me considero ainda como profissional. Mas o dia que eu for profissional mesmo, isso vai ter um valor mais alto. E a partir do dia que eu comecei o Empretec, já mudou. Daqui pra frente, tenho a vida inteira como empreendedor”, diz.

A reflexão que Valmir faz diante da reportagem é o resultado da metodologia, que trabalha a capacidade de mudança e atitude.

Grupo da Peixaria dos Amigos é composto por Claines Morel, Raquel Escalante, Larissa Benites e Lorença Ortega.

A timidez de uma das mais novas participantes do seminário fica pequena diante da apresentação do peixe. Raquel Escalante, de 19 anos, e mais três colegas de curso criaram a “Peixaria dos Amigos”. O negócio não ficou apenas no papel, e o peixe assado no fogão na folha de bananeira à lenha é a prova disso.

“A gente estava pensando em vender esses peixes assados, e o ensinamento do Empretec ajudou muito nós conhecer bastante de revenda e negociação. E já teve gente querendo comprar e experimentar, porque assamos na nossa cultura mesmo”, descreve a menina que sonha em ser engenheira.

Falante do guarani, é na língua materna que Raquel prefere se expressar, e quem a ouve, concorda. As ideias fluem ao comentar com entusiasmo o que foi para ela os dias de aprendizado.

Raquel mostrando o peixe assado no fogão à lenha, produto da empresa que criou.

“O que eu aprendi mesmo com o Empretec ao criar a minha empresa com o grupo foi conseguir alcançar a minha meta e a importância de me impor. Agora, mais pra frente, quero alcançar o meu objetivo”, detalha.

Cidadania

Para o cacique da Pirakúa, Fabison Marques Ireno, trazer o Empretec para a comunidade é colocar a aldeia no centro das atenções. “A Pirakuá sempre parece que foi esquecida pelos demais. Onde a gente não tem, pra falar a verdade, coisas boas. Mas nós tentamos alegrar nossos jovens, nossos anciões e tentamos manter a cultura”, contextualiza.

A liderança, que também participou da formação, ressalta o quão importante foi para todos passarem pelo curso. “Vamos agradecer também aqui quem participou até o final. Ter este evento foi demonstrar para a comunidade o quão importante é a gente ser. Temos que aproveitar cada momento que a gente está vivendo aqui. Creio que daqui a uns dias ou mais um ano, vamos todos mudar”.

Adaptado à cultura e a língua, Empretec Indigena fomou segunda turma em MS.

Para o subsecretário de Políticas Públicas para Povos Originários, Fernando Souza, é uma alegria retornar à comunidade para o encerramento do curso e ver que toda articulação feita pela Secretaria de Estado da Cidadania está mudando vidas.

“Hoje nós estamos com toda essa estrutura política no sentido de trazer para dentro dos territórios os serviços não só do Governo do Estado, como temos dialogado com instituições e construindo parcerias, como é o exemplo do Empretec junto ao Sebrae”, destaca Fernando.

Equipe do Sebrae com o subsecretário de Políticas Públicas para Povos Originários, Fernando Souza, e o cacique da comunidade, Fabison Ireno.
Formados, todos os participantes receberam o certificado do Empretec Indígena 2024.

O subsecretário explica que a Pirakuá foi a segunda comunidade privilegiada ao receber o seminário que trabalha o desenvolvimento local e social por meio das habilidades e da potencialidade dos povos originários.

“O Sebrae vem exatamente aprimorar essas tecnologias, no sentido de dar autonomia e qualificá-los para fazer desse potencial, um instrumento de geração de renda, e para que dessa forma possamos melhorar a qualidade de vida de cada um de vocês, das suas famílias e da futura geração indígena presente no Estado do Mato Grosso do Sul”, ressalta Fernando.

Gerente da Regional Oeste do Sebrae/MS, Matheus Oliveira, completa dizendo que o seminário vem sendo adaptado para a realidade dos povos originários com o intuito de promover a inclusão produtiva das comunidades e o desenvolvimento sustentável da região.

“Nosso intuito ao trazer esse curso aqui, é ajudar a comunidade a identificar alternativas de renda por meio do empreendedorismo e estimular o protagonismo de cada um, a partir dos talentos e potencialidades que eles sempre tiveram, para que possam transformar isso em uma fonte econômica viável. De acordo com o perfil do grupo, a metodologia também pode ajudar a estimular outros fatores, como a união da comunidade, estimulando o associativismo e promovendo o crescimento sustentável da comunidade”, expôs Matheus.

Seu Jorge, o mais velho aluno do Empretec profetizando a multiplicação que fará através do conhecimento vindo do seminário.

Entusiasmado com tudo o que viveu em uma semana, uma das lideranças mais antigas da aldeia, Jorge Gomes, de 66 anos, já profetizava o que aconteceria na própria vida após o Empretec.

“Depois desse seminário, nosso pensamento anterior vai tudo para vocês da equipe, e o pensamento novo que vocês vão deixar aqui com a gente. Eu falei aqui que eu não saía de 25 vacas, 10 cavalos, 20 porcos, e o que eu poderia fazer? A partir de agora vai ser uma nova luta, e essa é a atitude que eu posso tomar, eu vou multiplicar”.

Os próximos seminários ainda estão sendo desenhados pela Secretaria de Estado da Cidadania junto ao Sebrae. A previsão é de realizar, em 2025, Empretec não só em comunidades indígenas, mas também quilombolas de Mato Grosso do Sul.

Paula Maciulevicius, Comunicação da Cidadania
Fotos: Paula Maciulevicius

Fonte: Governo MS

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Mato Grosso do Sul

Edital do FIC 2024 destina R$ 8 milhões para projetos culturais de pessoas físicas

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O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da FCMS (Fundação de Cultura) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), publicou no Diário Oficial desta quinta-feira (5) o primeiro edital do FIC/MS (Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul) 2024, voltado exclusivamente para proponentes Pessoa Física.

As inscrições para a apresentação de projetos culturais estarão abertas de 16 de dezembro de 2024 a 13 de fevereiro de 2025. Este é o momento ideal para quem deseja tirar seu projeto cultural do papel. Clique aqui para acessar o edital.

O edital tem como objetivo fomentar a produção cultural sul-mato-grossense por meio de projetos apresentados por pessoas físicas, promovendo a criação e a difusão de manifestações artísticas diversas.

A prioridade é estimular a formação e a circulação de bens culturais em todas as regiões do Estado, ampliando o acesso à cultura, formando novos públicos e garantindo o pleno exercício dos direitos culturais. O montante destinado a este edital é de R$ 8.200.000,00 (oito milhões e duzentos mil reais).

Secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda afirma que o edital é uma demonstração concreta do investimento no potencial criativo dos artistas de Mato Grosso do Sul. “Nosso objetivo é não apenas fomentar a produção cultural, mas também assegurar que as manifestações artísticas e culturais alcancem públicos em todo o estado, fortalecendo nossa identidade e promovendo inclusão por meio da arte”.

O diretor-presidente da FCMS, Eduardo Mendes, destaca que o lançamento do edital do FIC/MS 2024 reforça o compromisso do governo estadual com a valorização da cultura sul-mato-grossense em toda a sua diversidade.

“Este primeiro edital, voltado exclusivamente para pessoas físicas e com mais de R$ 8 milhões disponíveis, garante que artistas, produtores e agentes culturais de todas as regiões do Estado tenham a oportunidade de transformar suas ideias em realidade, ampliando o acesso à cultura e promovendo o desenvolvimento cultural do nosso Mato Grosso do Sul”.

Poderão participar do certame pessoas físicas que atuem efetivamente na área cultural, como artistas, produtores culturais e técnicos. O valor máximo a ser solicitado por projeto é de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais). Caso o projeto ultrapasse esse valor, o proponente deverá comprovar, no ato da inscrição, a fonte de financiamento complementar.

Cada proponente poderá inscrever apenas um projeto, sendo que, no caso de múltiplas inscrições, prevalecerá a última. Os projetos devem ter caráter exclusivamente cultural e prazo de execução de até 11 meses, prorrogável uma única vez por período não superior a um ano, desde que justificado e solicitado com antecedência mínima de 20 dias do término do prazo inicial.

As inscrições devem ser realizadas exclusivamente por meio da plataforma Prosas (https://editaisms.prosas.com.br), até as 17h (horário de MS) de cada dia estipulado no cronograma. Não serão aceitas inscrições por outros meios.

O formulário padrão, anexos e documentos obrigatórios devem ser preenchidos e enviados por meio da plataforma, sob pena de inabilitação ou desclassificação. Os projetos devem ser acompanhados da documentação do proponente, do executor (se for diferente do proponente) e de documentos específicos por área artístico-cultural.

Serão contemplados projetos nas áreas de Artes Cênicas (Teatro, Dança, Circo, Ópera); Artes Visuais (incluindo plásticas, gráficas, fotografia, escultura, instalação e vídeo arte); Design e Moda; Audiovisual; Artesanato; Livro, Leitura, Escrita e Literatura; Música; Patrimônio Cultural; Museu, Arquivo e Biblioteca; Cultura Popular Tradicional, Contemporânea e de Rua; Capoeira; Gastronomia; além de projetos culturais voltados à aquisição de bens permanentes e locação de espaços.

Confira o cronograma do edital:

ATIVIDADE DATA
Publicação do Edital no DOEMS 05/12/2024
Recebimento das Inscrições na Plataforma Prosas 16/12/2024 a 13/02/2025
Publicação da relação de inscritos no DOEMS 25/02/2025
Publicação da relação de habilitados no DOEMS após análise documental 03/04/2025
Prazo Recursal 04/04/2025 a 08/04/2025
Publicação do resultado dos recursos 25/04/2025
Publicação dos pré-selecionados após análise de mérito por pareceristas 25/06/2025
Prazo Recursal 26/06/2025 a 02/07/2025
Publicação do resultado dos recursos 16/07/2025
Prazo para análise e validação pelo CEPC/MS 17/07/2025 a 29/08/2025
Publicação da relação de pré-aprovados pelo CEPC/MS 05/09/2025
Prazo para Recurso 08/09/2025 a 12/09/2025
Publicação de recursos interpostos 19/09/2025
Prazo para impugnação de recurso 22/09/2025 a 25/09/2025
Divulgação no DOEMS do resultado do recurso 01/10/2025
Publicação da relação de aprovados e convocados para entrega de documentos 03/10/2025
Prazo aos aprovados para entrega dos documentos e contrato de abertura 06/10/2025 a 14/10/2025
Período para análise da documentação apresentada pelos aprovados 16/10/2025 a 24/10/2025
Envio dos termos de outorga para assinatura e devolutiva pela plataforma 27/10/2025 a 07/11/2025
Efetivação 10/11/2025 a 30/12/2025

Karina Lima, Comunicação Setesc

Fonte: Governo MS

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Mato Grosso do Sul

Boletim Epidemiológico: MS registra 16.125 casos confirmados de dengue

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Mato Grosso do Sul já registrou 19.629 casos prováveis de Dengue, sendo 16.125 casos confirmados, em 2024. Estes dados foram apresentados no boletim referente à 48ª semana epidemiológica, divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) nesta quinta-feira (5). Segundo o documento, 30 óbitos foram confirmados em decorrência da doença e outros 17 estão em investigação.

Nos últimos 14 dias, Japorã, Itaquiraí, Rio Brilhante, Amambai, Aquidauana e Dourados registraram incidência baixa de casos confirmados para doença. Já os óbitos registrados ocorreram nos municípios de Maracaju, Chapadão do Sul, Coronel Sapucaia, Dourados, Laguna Carapã, Naviraí, Sete Quedas, Amambai, Paranhos, Ponta Porã, Iguatemi, Itaquiraí, Aparecida do Taboado, Mundo Novo, Campo Grande e Bonito. Entre as vítimas, 15 delas possuíam algum tipo de comorbidade.

Vacinação

Ainda conforme o boletim, 110.577 doses do imunizante já foram aplicadas para idade permitida na bula na população. Ao todo, Mato Grosso do Sul já recebeu do Ministério da Saúde 189.910 doses do imunizante contra a dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses.

A vacinação contra a dengue é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade.

Chikungunya

Em relação à Chikungunya, o Estado já registrou 2.967 casos prováveis, sendo 918 confirmados. Não há óbitos registrados. A SES alerta que as pessoas devem evitar a automedicação. Em caso de sintomas de dengue ou Chikungunya, a recomendação é procurar uma unidade de saúde do município.

Confira os boletins:

Boletim Epidemiológico Dengue SE 48 – 2024 (3)

Boletim Epidemiológico Chikungunya SE 48 – 2024

Kamilla Ratier, comunicação SES
Foto: Bruno Rezende

Fonte: Governo MS

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